Na última sexta feira (15) aconteceu uma reunião de encerramento de semestre (2012A) com os acadêmicos indígenas e coordenadores do Projeto Rede de Saberes no piso superior do Bloco A da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB). O Projeto Rede de Saberes, desenvolvido com recursos da Fundação Ford, apoia a permanência de acadêmicos indígenas nas universidades e é uma parceria entre a UCDB, as Universidades Estadual e Federal de Mato Grosso do Sul (UEMS e UFMS) e Universidade da Grande Dourados (UFGD).
O encontro teve como assunto principal a disponibilização pela UCDB de 50 bolsas de estudos integrais para acadêmicos indígenas que tenham baixa renda, que deve acontecer a partir do segundo semestre de 2012. Estiveram presentes na reunião o professor do Programa de Pós-Graduação em Educação — Mestrado e Doutorado da Católica e coordenador Geral do Projeto Rede de Saberes, Dr. Antonio Brand; a coordenadora do Projeto Rede de Saberes na UCDB, professora Me. Eva Maria Luiz Ferreira e a assistente social Eli Mendes Pitaluga, que falou sobre a concessão das bolsas.
No encerramento do encontro houve uma confraternização em que os próprios acadêmicos tiveram a iniciativa e se mobilizaram para levar pratos típicos indígenas. O hihi, prato feito com mandioca ralada e cozida, o lapapé feito à base de mandioca, o bolo de arroz e até um peixe pescado pelo marido de uma das acadêmicas deixaram a mesa do lanche ainda mais bonita e apetitosa.
A acadêmica Jocimara Messias da Silva preparou o hihi. “Cada um foi pesquisar um prato para trazer. O hihi um prato da etnia (terena), da nossa comunidade, é da própria lavoura e não demora praticamente nada, é só o cozimento” explica Jocimara. A estudante Antonia Bernardo levou o bolo de arroz, que foi preparado um dia antes, e o lapapé “o bolo de arroz a gente come na semana santa, porque na sexta-feira santa a gente não come carne” afirmou. O peixe pintado foi feito pela acadêmica Elaine Mamede. Foi o marido dela, David Henrique, quem pescou o peixe no rio Dois Irmãos do Buriti e o preparo do prato começou cedo, por volta das 7h30, “na reunião, quando falaram de comidas típicas, a primeira que veio na minha cabeça foi peixe. O tempero fiz bem voltado para o indígena e parece que funcionou porque o pessoal gostou” comenta Elaine.